Fáscia e vida emocional: uma via de mão dupla

Fáscia e vida emocional: uma via de mão dupla

Autores: Denise Passos e Johannes Freiberg

“Nosso corpo é nosso destino… E podemos influenciá-lo formando uma vida pessoal” (Keleman, S.). No texto de hoje, você vai aprender sobre fáscia e vida emocional.

A embriogênese é um ativo do corpo. Em seu continuo projeto de formar a si mesmo, o corpo vivo resulta (até o momento) em uma estruturação composta por três camadas que aprofundam-se em funcionamentos metabólicos, sensíveis e vinculares. Assim, nosso corpo é herdado: ancestral, histórico e somático.

O  processo embriogenético  do corpo humano é se fazer e refazer continuamente por meio de três grandes superestruturas que dão suporte, interioridade e nutrição ao que chamamos de “a vida do corpo e suas subjetividades”.

Guiando um destino constitutivo em direção à cognição, ao desempenho no ambiente e à interiorização metabólica do vivido, as estruturas ectomórfica, mesomórfica e endomórfica são planos que se entrelaçam, dando um sentido e uma dimensão de unidade ao ser humano.

O tecido conectivo é um elemento chave na fundação dos corpos complexos. Presente em todas as dimensões, ele é parte constitutiva da unidade sensorial da face às estruturas periféricas motoras, das vísceras à percepção dos estados profundos dos movimentos internos do corpo. Está presente na regulação de cada gesto motor e suas modulações, despertando um mundo íntimo e uma vontade de conexão.

É justamente a parte mesodérmica que integra e diferencia-se em diversas aptidões. Ossos, periósteo, ligamentos, tendões, envelopes, membranas, etc ajudam a graduar as velocidades das contrações motoras, manter posturas e posições, coordenar gestos e interações. Modular a excitação, realizar graus diversos de interação, formar diferentes mundos imaginários e suas subjetividades são possíveis ações graças a este evento conectivo, que é constitutiva do afetivo, vincular e relacional.

Estarmos próximos de nossa intuição e de nosso feeling emocional pedem respostas movéis, mobilidade adaptativa e força na ação selecionada. Isto pode nos ajudar sobre como nos mover e como responder às nossas experiencias cognitivas, emocionais e musculares.

Assim, o tecido o conjuntivo, que está intimamente conectado aos nossos estados perceptivos por meio de seus mecanorreceptores, atuando nos graus de carga direção de esforço e  sendo parte da dimensão direta da espacialidade do movimento, de suas posições do corpo no espaço, das velocidades que produz, das sensações, emoções e sentimentos organizadores e mediadores dos timings de ação – e que ao mesmo tempo que organiza imagens de si –  realiza-se em aprendizagem com movimento em relação. Uma dimensão sensível e cognitiva do mover-se é criação de possibilidades com que podemos influenciar nossos modos de viver e viver o movimento que realizamos.

Nestes últimos anos, temos buscado compreender de que modo as estruturas constitutivas podem estar relacionadas aos estilos de vida; bem como aos modos como moldamos nossos corpos dentro dos ambientes em que vivemos. Há um quociente de resposta à vida relacionável à estrutura do corpo.

“Saber a partir do interior do nosso corpo é ser despertado por uma onda de excitação. O corpo e suas respostas são uma fonte de conhecimento”. Keleman, S.

Fáscia e vida emocional será um dos temas abordados no Fascial Experience 2019, que começa no dia 13 de setembro. Não deixe para fazer sua inscrição na última hora! Clique aqui e garanta a sua vaga!

 

 

 

 

Johannes Freiberg
Johannes Freiberg
Criador da Universidade da Fáscia, um dos principais estudiosos brasileiros sobre a temática da Fáscia e Movimento. É Educador Somático, Treinador Master Fascial Fitness, Integrador Estrutural e Artista Marcial (Karate).